Hollande e Cameron defendem "reorientação" da UE

O presidente francês e o primeiro-ministro britânico defenderam hoje que os resultados das eleições europeias mostram que a União Europeia vive uma situação problemática e que os cidadãos exigem uma "reorientação" para o crescimento e o emprego.
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As posições de François Hollande e David Cameron, líderes em dois países onde a extrema-direita e os partidos eurocéticos obtiveram resultados historicamente elevados, foram assumidas à entrada para um jantar informal de chefes de Estado e de Governo, em Bruxelas, onde os líderes europeus vão discutir as eleições europeias e iniciar as negociações para escolher o próximo presidente da Comissão Europeia.

"A Europa precisa de uma reorientação, essa foi a mensagem" dos eleitores, considerou Hollande, que lamentou os 25% alcançados pela extrema-direita: "Não posso obviamente desejar que um em cada quatro cidadãos franceses votem na Frente Nacional".

O presidente francês manifestou-se preocupado com estes resultados, mas disse que lhe dão "mais força" para lutar "por uma outra Europa" e para combater o desemprego e a precariedade.

"Temos um problema, mas este não é apenas um problema para França, é um problema europeu e a Europa deve entender isso", declarou, em resposta aos jornalistas.

O chefe do governo britânico, David Cameron, fez uma declaração incisiva, não respondendo às perguntas dos jornalistas e entrando imediatamente para o edifício do Conselho Europeu: "Houve uma mensagem clara e a União Europeia não pode ignorar estes resultados e continuar como se nada fosse, precisamos de uma mudança e de nos concentrarmos no emprego e no crescimento".

Cameron criticou diretamente Bruxelas, que disse ter-se tornado "demasiado mandona" e "grande", com uma interferência excessiva na conduta dos Estados-membros.

"Devem ser os Estados-membros a construir a Europa (...) não podemos continuar na mesma", concluiu.

No Reino Unido, o Partido pela Independência (UKIP), liderado pelo eurodeputado Nigel Farage, eurocético e um acérrimo crítico das políticas de imigração europeias e do euro, venceu as eleições europeias.

ATF/ACC// JMR

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